segunda-feira, 30 de julho de 2012

Ainda sei chorar



Sempre a vida, não é? A causadora de tudo, culpada pelas tragédias... De mãos dadas com o destino, faz coisas que Deus só não duvida porque é Ele quem está no comando de tudo. Mas uma das coisas que a vida leva culpa é pela frieza das pessoas. Comigo (sou uma pessoa, claro) não é diferente. Pelos incidentes, obstáculos, pedras jogadas em cima, pedras arremessadas por mim, por casos e acasos... A vida levou a culpa e eu me tornei mais frio, mais seco,  insensível. A maioria dos sofrimentos é reversível, a gente aprende a lidar e percebe que nada é infinito, nem mesmo a dor. E como tudo tem limites, eu tenho os meus. Ainda existem sensações que me fazem chorar, pois ainda não sou um poço de frieza como eu mesmo ando me tachando.
Passar de trem pela Mangueira, de ônibus na Vinte e Oito de Setembro, em Vila Isabel. Ações que trazem lembranças ruins, que me remetem ao fim. Fim da esperança, fim de uma felicidade que já tinha seus dias contados. Ouvir músicas ainda me faz chorar... E muito! E muitas músicas, às vezes só a melodia. Só a introdução. Só o solo do violão. Violão ainda me faz chorar... A música tem dessas coisas... Elevar o espírito, ou afundar de vez o indivíduo na lama, na mesa de bar, nos postes, nas lágrimas.
A noite também me faz chorar. É quando tudo faz sentido - ou não. Quando o travesseiro é o ombro de um amigo que ouve quieto o nosso também silêncio. É quando o complexo se simplifica e o simples se complica... É quando dói mais a saudade, trazida pela paz da tranquilidade e solidão. É quando mais se pensa em quem já se foi e não está presente pra dizer boa noite. É a chance de cultivar o pensamento vão de "quando acordar, tudo não vai ter passado de um pesadelo".
E o despertar, cedo ou tarde, é sempre a tapa no rosto que diz "Bom dia, a vida é de verdade!". Portanto, o dia também me faz chorar. A realidade é cruel e machuca, expõe, castiga, agride o que você tem de mais valioso agora: as lembranças. Logo, as lembranças também me fazem chorar... E muito!
Vê-se que eu não sou tão vazio assim! Ainda tenho algum tipo de sentimento aqui dentro, guardado, claro, muito bem escondido. Preciso reaprender a utilizá-lo, fazia isso tão bem. Mas enquanto não consigo, vou chorando! Sim, sigo às lágrimas, que um dia secarão e servirão apenas para formar uma poça para que ao me refletir, eu consiga enxergar no meu interior o que um dia já fui, para que eu volte a ser. Se for da vontade da Vida. Do Destino... E de Deus.

                                     Leonardo Pierre

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Redescobrindo a emoção da vida... !

domingo, 15 de julho de 2012

A procura da vida perfeita



Passamos boa parte do nosso tempo desejando algo. Uma pessoa, um objeto, um estilo de vida. Para nossa vida ser perfeita, precisamos ter tudo, absolutamente tudo o que desejamos. E não sei se por defeito ou virtude, estamos sempre querendo mais. É virtude sob o ponto de vista de buscar melhorar sempre, ter sempre o que nos satisfaça, e sendo assim, correr com obstáculos, pulando-os um a um, até a linha de chegada... Mesmo que não seja em primeiro lugar! Porém, essa busca vira um defeito se passa a ser único objetivo da vida. Querer sempre mais pode ser perigoso se o “mais” for a vida do outro. É doença passar mais tempo desejando o que o vizinho tem, ao invés de correr atrás do que deve ser nosso!
Podemos dizer então que nunca teremos uma vida perfeita, já que sempre queremos mais, mais, mais e melhor! Ainda bem. Uma vida perfeita aos 20 anos de idade, por exemplo, poderia significar o fim da existência. Sem ter o que almejar, qual é o desafio? Então, desejemos... Com moderação. Para mim, o desafio gostoso da vida é a busca incessante pela alegria, inocência e pureza dos sorrisos infantis...
Ser feliz deveria ser meta primordial do ser humano. Porque, quem consegue “ser feliz sem estar feliz”? Infelicidade anda lado a lado com o desânimo, com a falta de ímpeto. E sem força de vontade não dá pra se buscar os objetivos, pular os obstáculos e tudo o mais que precisa ser feito. Talvez esteja na hora de mudar os planos, as metas e o foco. Desejar menos a vida perfeita e partir em busca da felicidade. Pois acredite que ali, pertinho da vida feliz, estará a perfeição.

        
                                         Leonardo Pierre

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Lembre-se: a vida perfeita depende do que lhe faz feliz!