quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

DESCONTENTE


Que ninguém comente:
Mas o corpo mente 
Toda a dor que sente...
Esquecer? Nem tente!
Um jeito, talvez, invente.
Mas desde já, fique ciente
A saudade manda e desmanda na gente!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Quem?


E quem, além de mim pode ser?
E quem, além de ti, pode ter  mim?
E quem haverá de dizer
O que falei há  tempos atrás?
Mas...
Você chorou, e desperdiçou tanto amor
Que eu guardei só pra te dar
Mas teu coração quis se fechar

E quem, além de mim, te terá?
E quem, além de ti, amarei assim?
E o que farei com as canções
Que eu guardei pra poder te cantar?
Rabiscar, talvez, os versos nos quais o teu nome imperou... Ou vou guardar
Que se outro tomar o meu lugar
Entrego pra ele declamar

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Como gatos


   Durante muito tempo eu quis ser um gato. Aqueles das fábulas, que tem sete vidas! Experimentar essa sensação deve ser incrível. Sair vivendo por aí sem nada temer, com a garantia de ter algumas vidas no bolso. Daí, parando de sonhar e desejar o impossível, passei pelo período de não me arriscar, sob o argumento de não "gastar" a única vida que tinha. Nada poderia ser menor, não é?
     Óbvio que você não é um gato. Pelo menos não da classe dos felinos, peludos, quatro patas... Logo, você também não possui sete vidas. Porém, você pode decidir viver essa única vida como fossem sete, ou esperar que ela passe, sem viver grandes emoções, sem experimentar o risco de se perder vez ou outra. Já falei uma vez sobre viver fora do eixo (leia em http://leonardopierre.blogspot.com.br/2013/11/por-um-mundo-com-mais-viagens.html?m=1 ). Então, quer um conselho? Não, mas vou falar assim mesmo: extravasa aí, vai!
     Claro que a vida passa deixando alguns traumas. Mas permita-se sofrer só o necessário. Arrisque-se e deixem que te marquem outras vezes e sempre. Uma hora será bom... Um trauma que você vive remoendo gerará outros traumas. Nem todo mundo vai entender que seu perfil é fechado e retraído por sofrimentos passados. Dane-se, cara! Outra vida, outras pessoas. Encare cada cicatriz como uma espécie de morte e viva outra vez a partir dali. Tal qual um gato. A vida vai machucar bastante - ah, se vai! Então, imagine: você viverá muitas vidas com certeza. Ouvi dizer que os gatos tem inveja de gente assim. Pois que tenham!
     Sete vidas em uma! Acho que nem mesmo Deus pensou que pudéssemos ser tão sagazes. Desprenda-se de certos medos que lhe impedem de avançar. Com cuidado, sim... Há medos necessários (leia em http://leonardopierre.blogspot.com.br/2013/04/apologia-ao-medo.html?m=1 ). Mas deles também já falei, agora o papo é de coragem.
     Vamos experimentar sair do comodismo, essa inércia inoperante, do medo, dos sonhos que não acordam... A vida é aqui fora, é uma só. E você pode vive-la como quiser, varias vezes, cicatriz sobre cicatriz. É só querer!

                                   Leonardo Pierre
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Oriundo de uma conversa inspiradora com a minha mais nova leitora: a professora e linda, Luiza.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O último suco


“Pai e Mãe,

Está um pouco complicado manter-me aqui. É como se não tivesse motivos para isso...


Escrevendo essa carta, sei que não os tenho mais, mas é que sempre que pensei em fugir, sonhava em deixar uma carta para vocês... Assim como acontece nos filmes. E lembrando que não tenho mais vocês, é que fica tudo mais complicado...


Ninguém me entende por dentro...

Todas as minhas crises, meus dilemas, minhas dúvidas infindas... Minhas conversas comigo mesmo, cada vez mais constantes... O meu canto, cada vez mais alto e desesperado... Por um tom, uma cor, uma ajuda!

Ninguém entende, pai, que eu queria mesmo era ser como você. Ninguém entende, mãe, que os valores que me passou é tudo o que eu tenho. Peço desculpas aos meus amigos por não poder oferecer nada, além disso.

Ninguém entende os gritos que solto, no silêncio torturante, com os olhos abertos e pálpebras trêmulas. Ninguém me socorre.

O meu sofrimento calado, enquanto sorrio falsamente para todos os lados... Ninguém nota.Não sei quem vai ler isso... Por quanto tempo ficarei aqui jogado, se darão falta em horas ou em dias. 

O meu suco de laranja, batido com goiaba, nosso preferido está uma delícia. O último! Com alguns grãos de minhas lágrimas que se solidificaram nesse veneno que me matou pouco a pouco durante anos e agora o fará pela última vez... Misturei, está imperceptível. Muito gostoso e sem cor aparente... Estou meio tonto... Não sei se conseguirei assinar a carta, nem colocar nela tudo o que desejo. Mas moro só, como fiquei só durante esses anos sem vocês, saberão que fui eu. Aos amigos, peço desculpas pela covardia de não conseguir ver a vida de frente, apesar de todas as conversas. Amo todos, retribuindo o carinho que tiveram comigo... Obrigado, desculpas   ..........                                                       

                                                                       Um Personagem
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Menos um dentro de mim...
 

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

É Ela









É mais que flor...  É desejo de florir
É mais que sonhos cor de rosa
É arco e flecha de rosas e seus espinhos
Dos que doem e arranham... Aos singelos presentes às amadas
É mais que entre o inverno e o estio
É mais que a preparação para o calor
É juventude, é contagem, é aniversário
É dádiva, é cor!
É vermelha!
É chão coberto de luz
É folha voando ao vento leve
É sopro interno abrindo caminho até o infinito
É pássaro admirando a si
É reflexo do sol após a bruma vez ou outra
É dia iluminado para noites dissonoras
Onde nem vento, nem garça
Ninguém ousa incomodá-la
É saída do casulo
É pouco, é tudo
É fato, é flor
Sou eu, é você
É Ela.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Afeto ainda feto


Amo um amor improvável
Um amor indecifrável
De defeito incorrigível
De proporção incalculável
Um amor intangível


Algo inimaginável
Um amor que não morreu
Pois é um amor que não se sabe
Um amor que não existe
Amor que ainda não nasceu

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Missão: desvendar!

        Percebi que o que mais me atraiu em você foi o seu mistério. Seu ar de segredo com olhar de “vem me decifrar” chamou mais minha atenção que sua notável beleza. Havia nesses olhos uma ingenuidade burra que me fazia lhe querer e me desafiava, no jogo particular de me provar que seria capaz de lhe conhecer mais que você... Sua testa, ora franzida, ora acompanhando a sobrancelha esquerda levemente levantada não me intimidava. Eu ria. Pensava como ser possível em tão poucos anos vividos, caber tanta arrogância e altivez. Que alias, não duraram muito tempo, como eu já previa.
       Eu, que não sabia grandes coisas da vida, mas sabia um pouco do mundo, me apaixonei pelo seu mistério, antes mesmo que pudesse descobrir seu nome. Até que chegasse ao seu convívio, não me cansei de olhar de longe o que eu tinha certeza que estava me esperando. Sondei, rondei, forcei “encontros casuais”... Como já me apaixonara por tudo que você era antes mesmo de lhe conhecer intimamente, não foi muito difícil me afeiçoar pelo seu toque, seu nome, seu cheiro, seu jeito. Depois de perder os sentidos, perdi também o controle da situação.
       Passei a lhe ensinar um pouco mais da vida, enquanto você me ensinava o quanto era bom ser espelho para alguém. Gostava disso. Era uma mútua satisfação: meu prazer em proteger; seu conforto em ter onde deitar, encostar e se sentir longe de qualquer perigo. Apequenei-me diante de tanta pureza. Enquanto decifrava todos os seus mistérios, os quais eram os principais motivos pelo meu encantamento, você se desnudava mais ainda na vida. Não queria, mais acabei sendo o responsável por esses seus voos. Perdi o controle de mim, de minhas atitudes e sobre você...
       Você já era quase totalmente transparente pra mim e os desafios já não eram mais tão nobres. Não havia mais cheiros a descobrir, mistérios e segredos, o toque não se renovava. Era muito de você em mim. Transbordou e esvaziou aos poucos. Eu não queria aquele jogo besta e comum dos casais normais. Não era instigante ter que administrar crises rotineiras.
       Agora, de longe, entendi que o fim de qualquer coisa nossa, coincidiu com o fim dos seus mistérios. Soubesse disso, eu jamais teria tido tanta pressa em lhe descobrir. Gostava da sua ingenuidade, da arrogância acompanhada de caras e bocas e trejeitos. Sobrancelhas e testas franzidas. Gostava do que você era
. E eu, ainda sendo o velho eu, continuo me desafiando a descobrir novos segredos espalhados por aí.

                                                                                   Leonardo Pierre

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Descobrindo...

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Contemplando cenas repetidas




       O que pensam as pessoas que estão sempre no mesmo lugar?  Há dias observava daqui, janela da cozinha do escritório no qual trabalho, um senhor, pelo que me parece a essa distância. Não fico parado aqui o dia inteiro, certamente. Mas naquele horário, beirando às 4 da tarde, este homem estava sempre lá, na janela de seu apartamento. Na mão esquerda, um cigarro; na direita, um copo - de café, suponho. Não pela fumaça, a qual eu não avistava daqui.
     Nessa minha pausa diária de cinco minutos, perdia quatro olhando para a janela que fica a aproximadamente 50 metros da minha, e o outro minuto enchendo meu copo de café, o levantando em direção ao senhor em espécie de brinde, que nunca houve resposta. Não sei se perco quatro minutos ou ganho, mas ficava tentando imaginar no que pensava tal homem. Será que pensa? Que devaneios teria, se é que os tinha, ou era tão ou mais lúcido que eu. Seria café, ou uma bebida escura qualquer?
          Lá ficava o homem. Não sabia de fato no que pensava. Se num filho, ou nas dívidas. Ou se apenas esperava o cigarro, que lhe entupia os pulmões, acabar. Se ele aguarda o padeiro passar na rua e dar-lhe um “tchau”, no momento em que já não tomo mais meu café. Ou futilidades. E em outra estação, quando talvez o sol brilhasse em sua janela naquele horário que bebia o café? Será que ficava ali a se bronzear, sem camisa, soprando fumaça para o alto?
           Na janela, nunca vi outra pessoa. Nem de passagem, nem para fechá-la. Sempre pensei que ele fosse um homem sozinho... Ao final do meu expediente, saía às conversas com outros colegas de trabalho e disfarçadamente olhava para o alto e não encontrava mais ninguém. Apenas uma claridade, que provavelmente vinha de uma televisão, iluminava uma fresta deixada na janela. Não sei porque tenho tanto fascínio por essas coisas que se repetem. No caminho de volta para casa pensava todos os dias, o que fazia aquele senhor que, sempre no mesmo horário, estava no mesmo lugar.
            ...
           Nunca esqueci essas cenas. Meses depois, descobri que o senhor havia morrido. E uma senhora contou, saudosa, dos momentos do senhor às tardes, fumando e bebendo café na janela, enquanto ela o observava, sentada no sofá, em silêncio, tentando adivinhar os pensamentos de seu marido, que sempre foi enigmático, causando curiosidade em todas as pessoas que o cercavam. Inclusive em mim.

                                                                                Leonardo Pierre
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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Dáblio


Acostumado a fugir de tudo o que lhe pressionava, tinha em si a certeza de ser um tanto indomável. Não havia pressão que o assustasse; não havia prisão que o acorrentasse.
Ligeiro e escorregadio, conhecia as tangentes que lhe proporcionariam a fuga perfeita. Sempre liso como sabonete molhado, polido como azulejo branco e úmido, estava sempre com um corpo de vantagem sobre quem quisesse lhe alcançar.
Certa noite, cansado e se esvaindo em suor, talvez fraco e fora de si, encontrava-se no último andar de um prédio tão alto que parecia sentir a expiração da respiração de Deus. Tentou fugir, como de costume, mas era vento forte demais. Mais forte que seu corpo e sua vontade de liberdade.
Aquele vento estilhaçava os vidros das janelas daquele local. Impossibilitado de resistir à tão forte tempestade, começou a ser arrastado pelo vento e encontrar pelo caminho todas as características que havia em si. Deixou pela cidade suas impressões no chão tão polido e liso quanto ele. Olhava para trás e se via multiplicado, com várias cópias de si mesmo, sem chance de apagar-se, menos ainda de segurar-se em qualquer lugar onde o sopro de Deus não pudesse alcançar.
Percebeu então que apesar de todas as suas fugas durante a vida, ele sempre foi marcado por algo que passou. Nunca foi o mesmo com tantas cópias de tantas gentes que se multiplicaram e deixaram nele marcas inalteráveis...
Quase quarenta graus! Febre acompanhada de delírios, que me contou ao acordar. Contou-me de Deus e seus ventos e das próprias fugas sem sentido. Banhou-se, vestiu-se e gritou ao mundo, permitindo-se, a partir dali, ser marcado por toda vida que passasse por ele.


                                                         Leonardo Pierre
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Permita-se

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Tal Malandro



Era um Malandro
Tinha pinta de moleque e um sorriso encantador
Cada quadra era uma esquina, cada esquina era um amor
E ele lançava fácil cada golpe de olhar

Era um Malandro
E na juventude fez das Damas uma coleção
Não poupou nenhuma delas de sofrer decepção
Com andar sempre sereno lhes prometendo amar

Era um Malandro
E de tanto Malandrear, escorregou na ilusão
Conheceu a Dama certa pra domar seu coração
Que fez dele o que bem quis... Tem dele o que quiser

Daí então
O Tal Malandro percebeu que é difícil impedir
O destino de fazer suas maldades quando quer
Percebeu que não se brinca com desejos de mulher

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Casinha


Abri a porta de lá
Mas só pra faxinar
Uma limpeza costumeira
Como toda sexta-feira
Não poderia imaginar
Que alguém moraria ali
Estranho e calmo, tal lugar

Essa casinha
Que era só minha
Que só batia
Que não sofria
Hoje te convida para entrar
Só uma chave, Não tem problemas
Não esquente com isso, não
Essa casinha que te convida
Só tem entrada, não há saída
Fique à vontade
E se aproprie do meu coração

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sejamos Nossos


Deixou no ar, ao bocejar
A atmosfera que desejo respirar
Dê-me, pois, esse direito
Deite, então, sobre meu peito
Queira tudo, e muito e mais
E o prazer que satisfaz
Que seja claro e óbvio
Que seja simples e sempre
Que apague toda dor
Que vez ou outra a gente sente

Sejamos nossos toda noite
Que fujamos do açoite
E deixar a noite toda
Tocar o violão inquieto
Despertar o momento disperso
Dispersar o golpe esperto
Que atinge o sonho em comum:
O desejo da vida inteira
Dois corpos na esteira
Mas coração, apenas um

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A quem interessa?




               Seguindo na rota dos pensamentos, me pego as vezes tentando entender o que as pessoas pensam das pessoas. Depois, me questiono duas coisas:
1.    Elas pensam nas pessoas?
2.    E se sim, por que pensam tanto nas pessoas?
Claro que é aconselhável SEMPRE pensar nas pessoas, no que elas sentem e/ou acharão de cada doideira nossa de todo dia. Mas andam preocupadas demais com a vida alheia...
              Percebo um mundo de gente ligada demais nas ditas verdades. O que é verdade? O que é mesmo necessário dizer? Nisso, entra a história de assumir ou não alguma coisa. Em tempos de redes sociais bombásticas, é até natural esse tipo de exposição. Mas, e quem não prefere essa invasão consentida? Terá que se conformar com a invasão forçada?
             Estamos em um momento onde parece ser obrigatório assumir um relacionamento, uma orientação sexual, desejos íntimos; revelar vontades próprias, o que não se diz, todo o sentido e principalmente o que não faz o menos sentido! Pra que? A quem interessa?
             Transformar a vida “do próximo” em um reality show sem famosos está se tornando patético! Sem as câmeras dos “Bigs” programas, forçam os olhos e perdem o próprio tempo para espiar o vizinho. Como se já não bastassem as revistas que fornecem todo o leque de assuntos, talvez dispensáveis, das incríveis estrelas permanentes e algumas já decadentes. O “entre, pode entrar!” não é mais necessário. Já invadiram.
          Desejo que fiquem livres da exposição desnecessária os casais discretos (A vida é de vocês, assumam o que quiserem, se quiserem e quando quiserem), os homossexuais, bissexuais e afins (Na boa, ninguém chega em casa com a cara dramática e diz: “Mãe, pai... sou “hétero”!”, portanto, não se forcem caso não queiram. A vida e o que você faz dela também é problema – e/ou prazer - unicamente seu)

             Aplausos para quem faz de sua vida um livro aberto, mas com aquelas páginas exibidas somente em edições exclusivas!

                                                                    Leonardo Pierre
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Viver... Apenas!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Saudade de Mãe


Tinha eu meus oito anos
Nove, ou dez, não lembro bem...
Acordei lembrando de como era bom apenas lhe ter
Saudades das brigas
Daqueles castigos que fazem aprender...

Saudade da chuva, da terra molhada
Sujando de lama o tapete da casa
Arrancando risos, chamando por nomes que eu inventei
O samba acabou, a luz apagou
E só eu fiquei!

Saudade da escola nos primeiros anos
Traçando nos sonhos os primeiros planos
Andar de mãos dadas, cruzar a avenida
Faz falta os rostos que você fazia
Ligar de repente,mudar o cardápio
Preparava as coisas que eu nem sabia

A luz acendeu, o samba acabou
Já amanheceu, o sonho findou
Lembranças dos anos
Dos nove, ou dez
Lembranças do quanto você me amou

quinta-feira, 29 de maio de 2014

O que o coração quer?



O que será que o coração quer de nós? Cego toda vida, anda apontando o dedo na sádica brincadeira de “salada mista” e escolhendo as piores pessoas. Para não ser tão injusto, seguem as diferentes ações desse “músculo involuntário que pulsa por um monte de gente”:

1 – Você está sozinho(a). Permanece sozinho, porque o coração, mal humorado não está a fim de socializar. Mesmo quando você quer! Você bem que procura nos melhores lugares, alguém para que role a possibilidade de rolar alguma coisa... Sorrateiramente, para o coração se acostumar. Que nada! Você vai beijar bocas em quantidades da população da China e ele nem tchum... Muito menos “Tum-tum”!

2 – Você está sozinho(a). Quer ficar sozinho(a)! Sabe como é né? Curtir a vida, zoar com os amigos, com as amigas, Futebol aos sábados sem problemas... Ou noitada com as amigas sem compromissos da hora de voltar, exceto pelos pais ciumentos. Que o coração faz?
·                                     2.1 - Coloca no seu colo a periguete sensação do bairro... Não suficiente, ele bate forte pela danada, você fica louco pela fulana, dá mundos e fundos (Só o mundo, é melhor!). Mas melancia grande ninguém come sozinho e aí você toma aquela galhada Super Hiper Mega Plus Master Gigante, daquelas que todo o seu círculo de amizade da vida real, mais os conhecidos das redes sociais sabem... antes de você! Valeu coração, Obrigado!
·                                    2.2 - Joga você nos braços daquele cara saradaço, no meio da boate, dos sonhos, tipo príncipe! Claro que você está sozinha e não quer se apaixonar, mas no dia seguinte quando acorda, você pensa em que? Num remédio para dor de cabeça, claro! E depois, pensa naquele carinha que ficou de te ligar e de repente... Olha lá o telefone tocando. Você pensa: “Ih, olha o coração acertando dessa vez!”. Que nada, garota... Acorda! Coração não joga do teu lado não, muito menos quando você não quer!

Aí você pensa: “Mas eu nem queria me apaixonar, Coração burro desgraçado!” É, mas ele se manda...

3 – Você está sozinho(a). Não está a fim de ficar assim, ta cansado(a) da vida de solteiro(a), já curtiu demais. O coração, independente, demora a arrumar um pretendente digno pra você. Depois de colocar você nas piores situações, enfim, aponta o dedo pra aquela pessoa que oh: Vale a pena! “Felizes de uma maneira geral”, como diz uma canção que eu desconheço, mas vi alguém postando um dia desses, vocês vivem aquela eterna lua de mel de um mês! E foram felizes para sempre? Claro que não, né... Essa situação, cedo ou tarde, ou muuuuito cedo, está acompanhada com a ação a seguir...

4 – Você Não está sozinho(a). Está muito feliz, obrigado. Arrá! Acontece que, o coração tem certos atrasos na percepção dos pedidos feitos por você. Você demorou a encontrar alguém, mas pediu, e pediu, e pediu bastante! Ele, na ânsia de acertar (pode duvidar se quiser, eu mesmo duvido das boas intenções dele...), te deu de presente um amor maravilhoso, cheio de planos pra vocês dois e de repente errou na dose. Saiu apontando o dedo para um monte de amores, e para um deles você olhou. Tá aí, o coração não errou na entrada, mas na saída deixou a assinatura! Pego emprestado um verso de Chico Buarque que diz “Amo tanto, e de tanto amar...”, para dizer que de tanto amar, o coração amou duas pessoas! Uma briguinha inocente ali, deu brecha para um outro amor, e você pode tentar dizer que não, mas para toda a galáxia, é uma tremenda cafajestagem sua. E você, claro, Vai culpar o coração. Esse bandido!

E com certeza, Nunca saberemos o que quer o coração... A menos que encontremos aqueles amores de cinema, novela, desenho, contos... Nesses, que duram para sempre, o coração agiu direitinho. Que inveja!

                                                                           Leonardo Pierre
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E então Coração?

Visita



Cá... No meu mundo fechado
Com a chave por fora
Preso no passado
Passava da hora
De alguém ter coragem e me visitar

E ao abrir a porta
E ver o teu rosto
Feições tão felizes
Abraços à gosto
“Menina-sorriso” veio me encantar

E sim,
Lembrastes de mim
E não desistiu
Fazendo assim
Tão linda sorriu
"Oh, Felicidade... tu podes entrar!"

terça-feira, 27 de maio de 2014

Sorriso Improvável


Tempo improvável para te ver sorrir
Pensei que sofrias do súbito mal
Depois do que te obriguei a ouvir
Com meu egoísmo além do normal
 
No entanto, sorris com a mesma doçura
Nos bares, nas festas, em todo lugar
E eu me trancando na minha loucura
Ter-te, perder-te e te ver se afastar

Dizem ser falsa tamanha alegria
De moça vestida de pura candura
Mas nesse improvável encontro do dia
É tão convincente a tua armadura...

Que finjo um sorriso de “tudo está bem”
Mostrando que sempre serei incapaz:
De ferir-te na alma e em tudo que tens;
De ousar novamente tirar-te a paz

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Povos da mente



“Bom dia Leonardo. Putz, já ta ele falando sozinho outra vez, pára com isso! Já estou eu falando comigo mesmo e me tratando em terceira pessoa como se eu fosse outro, além de mim.”

LONGA PASSAGEM NO TEMPO, FAZENDO AS MESMAS COISAS DE TODOS OS DIAS...

“C#%¨*lho, já são 20h? Louça na pia. Não vou fazer comida de novo. To com fome. Não tem miojo. Cacete, vou fazer comida. Que isso, sou f..#@da, ficou bom demais. Novela estranha, mas vou ver assim mesmo. Hoje vou dormir cedo, muito sono. [Telefone].”

MEIA NOITE...

“A madrugada é minha. [Pronto, vou filosofar meias palavras de auto-ajuda no wathsapp e umas postagens estranhas no Facebook...]. Vontade de comer... de novo! Hum, um chocolate gelado ia cair bem. Acabou o leite. Vou beber água mesmo. Ih, tem um refrigerante sem gás ali na geladeira. Saudade da minha mãe. Como tem gente engraçada na Rede Social. Vou ler uns blogs de alguns amigos. [Três idéias idiotas de textos sensacionais e não sai nada]. [Pausa pra ver alguém interessante no Jô Soares]. [Abaixar o volume do rádio pra ver o Jô, ler algum blog, Postar na página, fazer alguma imagem editada pra postar às 10h da manhã na página, escrever um texto de dez linhas e apagar tudo por achar um absurdo tudo aquilo que escrevi... Tudo isso ao mesmo tempo]. É até que o Jô foi “legalzinho”. Queria minha mãe. Putz, eu ia dormir cedo. Queria comer alguma coisa. [Lembrei de alguma coisa interessante que aconteceu num dia nem tão interessante.]. Podia escrever sobre isso. Hoje não, to com preguiça. Vou deitar. Cacete, esse filme é "bonzão"...”.

TRÊS HORAS DA MANHÃ...

“Sono de verdade, hen Léo... Falando sozinho outra vez se tratando na terceira pessoa, Pierre? Deus, eu me perguntei e eu mesmo vou responder e já não sei em que pessoa estou. Acabou que não escrevi nada. Hum, saudadinha do meu Bebêre. Obrigado meu Deus, que cansaço gostoso. Acho que vou escrever sobre as dores...”


[ESCREVO UM POEMA SOBRE O AMOR, SALVO, ME ORGULHO, VOU DEITAR]

                                                            Cabeça do Leonardo Pierre
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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Mudar


Tudo muda.
As cores mudam, não são virgens. Para que outras cores nasçam, é preciso essa mutação, a mistura de umas com outras. O governo muda, por melhor que tenha sido (é difícil essa segunda oração); o céu muda, mesmo sendo essa “infinitude”... Esse céu pode não ser o mesmo de lá do Acre, onde pode estar chovendo misérias.
As saídas mudam. Mudam de lugar, de tamanho...
Os móveis da sala mudam demais, sempre dando ares de casa nova, na nova disposição. Mudamos de canal, o canal muda de programação, o programa muda de apresentador, e o cara não vai lá e cisma de mudar os quadros? Então, por que você, dono da sua vida, não pode mudar?
Permita-se a essa aventura... Prefira ser “uma metamorfose ambulante”! Está liberada, a partir de sempre, a mudança de postura, de uma opinião qualquer. Mudar de local, a inércia não faz bem a ninguém. Comece de um pequeno passo, ou pulo. Do pequeno para o maior, do maior para o "marzão" sem tamanho!

Mas mudar não é sinônimo de trocar. Cuidado com os verbos! Trocar pode torná-lo fútil e volúvel demais. Mudar, o faz corajoso. Arrisque. Arrisque-se! Jogue-se de cara vez ou outra. Um corte a mais no rosto não será nada demais – e nem de novo – em sua vida.


                                                    Leonardo Pierre



sexta-feira, 16 de maio de 2014

Agridoce


Seja, Amor, minha ferida
A contusão mal resolvida
A construção mal acabada
A solução mal misturada
A visita indesejada

Mas seja, Amor
A paixão que arrebata
A dor que não maltrata
O sofrer pelo prazer
O abandono das amarras
A liberdade das escolhas

Fira, Amor!
Mas traga esparadrapo
Costure todos os trapos
Reponhas todos os pratos
Seja azedo, seja amargo
Mas com a doçura de um agrado

Seja mau, seja ruim
Mas seja a cura
De toda loucura
Que você mesmo causou em mim

terça-feira, 13 de maio de 2014

Bagunça



Preferia não arrumar nada. Nem catar os cacos de vidro no chão, os papéis rasgados pelos cantos, nem mesmo recolocar o sofá, arrumado em outra disposição.
O cenário parecia de uma luta secular, mesmo sem sangue algum manchando os móveis. Muita bagunça compondo a cena, na qual eu agora era o único personagem. Testemunha da passagem desse furacão que foi você...
Digo mais: Seria capaz de viver durante anos nesse caos doméstico, deixando tudo intactamente no mesmo lugar. Não queria perder a oportunidade de sentir eternamente sua presença. A casa bagunçada do jeito que ficou quando foi embora, dava a impressão de que você acabara de sair... E era somente essa a impressão que eu queria ter.
Isso iludia a saudade. Eu lhe sentia. Fechava os olhos e via você transitando pelos pequenos espaços vazios. Seu cheiro, de repente, pairava novamente no ar, na sala, no colchão que improvisava a cama, na cozinha, onde ficamos abraçados na tentativa de preparar nosso almoço. Que dia maravilhoso...
Mas que besteira a minha... Eu sempre soube que você voltaria! Tratei de arrumar tudo, deixei tudo como novo. Afinal, furacão gosta mesmo é de bagunçar! Sei que você vai voltar... E estou preparado para ajeitar a arruaça que você fizer, todas às vezes.
Bem vinda à minha vida, todos os dias!


                                                          Leonardo Pierre
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            "É festa, é festa, é festa é festa até quando o sol raiar..." ♪

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Romanticar


“- Eu sei romanticar”, disse meu amigo. Assim mesmo, com o neologismo permitido aos de mente farta e inteligente. E claro, com seu, já característico, travessão! O que quis dizer, então, nobre amigo? Sem lhe perguntar, tentei deduzir...
Ama – muito! – esse rapaz. À sua maneira, confuso... tento entender. Ama a mim, eu sinto. Seus amigos, seus pais, a irmã irritantemente adorável! Mas é difícil... Escreve difícil falando fácil. Julga-se incompreendido, por todos, a vítima. Eu rio. Mas ama do seu jeito, como todos amam de forma particular. Por que não ele?
Nos seus textos, pouco fala sobre amor. Até resolver soltar essa pérola que me apodero sem consentimento para abordar nesse escrito. Romanticar. Criou-se um verbo, o qual eu acredito que deva ser usado para designar uma escritura sobre romances, sobre falar do amor, sobre quando resolver ser romântico. Você consegue, amigo! Está aí dentro, gritando para sair...
Seja romântico, seja doce... Mais doce, querido jornalista! Demonstre, escreva, arrisque uns versos, vista-se de poeta e deixe, então, a poesia levar você além do chão, além dos olhos, além do amor que talvez você não consiga enxergar daí, da caretice de não ser careta!

Romanticar, o verbo que só será uma ação se você permitir. Então: Romantique!


                                                                     Leonardo Pierre
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Pl Carvalho, o dono do verbo. Amo você, meu amigo!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Meu verso mudo


Sai de mim pro mundo vasto
Um mudo a tagarelar
E se eu mudo meu compasso
Onde o mudo vai parar?


Rodo o mundo com meu mudo
E o mudo muda de lugar
E se o mudo muda a fala
Onde o mundo vai parar?


Mudo sempre meu caminho
Não te importa pra onde eu vá
Levo o mudo pro meu mundo
Mudo o mudo de lugar
Mas o mudo vai comigo
Mesmo se o mundo parar!


Obrigado, Rio




Não há dor
Não há calor
No meu peito, só amor

Com seus tantos graus
E seu mar com tantos sais
Ainda assim, Rio, só amor
Em transe fico
Sem ardor
Ao contemplar do arpoador
O Sol caindo em tuas montanhas
Tocando leve os Dois Irmãos
Para os aplausos dos amantes
E os acenos de nossas mãos

Um último mergulho, talvez
Ou caminhar ao Posto 6
Ou desistir e ir embora
Mesmo sentindo ser antes da hora

Amanhã eu volto
Juro e em ti confio
Ser mais um belo dia de seu sol...
Obrigado, Rio!

Senhora


Prazer, linda senhora
Que tenho em lhe conhecer
Isso se não for muito ousado
Eu já falar em prazer
Não me tem conhecido
Sou moço demais ainda
Mas aos poucos vai sabendo
Dessa minha mágoa infinda
Perdoe-me, ó senhora
Pela minha voz embargada
Pelo choro contido
Nessa lágrima guardada
Pelo peito explodindo
Pelo rancor estocado
Quero apenas pedir-lhe
Um carinho, um bocado
Um tanto de dengo
O quanto for necessário
Se prazer puder me dar
Receberei de bom grado
Tomo pela mão as coisas
Arrebato meus guardados
Mudo-me agora mesmo
Pro seu lar, meio apressado
Mas se não quiser liberdades
De-me apenas seu doce colo
Prometo enxugar as lagrimas
Que por ventura caírem
E chamar as palavras
Que da boca fugirem
Mas por favor:
Despeça-se não!
Fique mais um pouco
Deito mesmo que no chão
Ouço suas histórias
Beijo sua mão
Conto minhas memórias
Um pouco mais de gim?
Puro, se pra mim!
A noite pode ser longa
Ou curta se preferir
Faço luto, rodo o mundo
Deixo tudo
Mas não deixo você ir