sexta-feira, 26 de junho de 2015

Adeus, saudade


Havia algo aqui dentro
Fazendo barulho
Batendo, batendo
No mesmo compasso
Batendo no quarto
Um velho baú
Com seus velhos retratos

Abri o meu peito
Abri o baú
Saudade daqui e dali
Escaparam
Se encontraram no céu
E caíram lágrimas
Do céu, como chuva;
Do baú, manchas antigas;
Dos olhos, soro e leveza...

Aquele barulho
Quase me fez surdo
Emudeceu na tempestade
À saudade, disse adeus!
Fechei e guardei o baú
Limpei e fechei o peito
À vida, uma nova chance!
Renascido em branco e preto

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Rouco


Não faça pouco desse mal
Que nos consome pouco a pouco
Não julgue mal por ser tão pouco
O que lhe dei de coração
Não seja louco por tão pouco
Se normal não é tal mal
Não faça mal a este louco
Que se contenta com tão pouco
E de tão louco, pouco a pouco,
Está virando alguém normal.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Você é dor









De dor você entende nada
E nada você entende bem
Cuspindo soberba na cara
Olhando a dor de ninguém
De riso estampado na cara
Debocha de quem não o tem
Mas sua verdade é tão rara
Ninguém pagará um vintém

Implore a mão
De quem tem compaixão
Alguém haverá de estender
Entenda, amor:
Em todo canto de dor
Terá um pouco de você.