sábado, 8 de junho de 2013

Talvez...





Muitas pessoas se perguntam o porquê de tantos “talvez” nas frases e falas. Sem saber essa e outras respostas para as perguntas da vida, resolvi parar para refletir.
Passo por constantes processos de reconhecimento! Mergulho dentro de mim, em casa sozinho, ou na rua com várias outras pessoas... E também me perco, pois nunca sei por onde entrei! Consigo parar dez segundos do meu dia para me centralizar, voltar ao eixo, responder por mim, sempre pensando um milhão de vezes antes de qualquer ação ou resposta. Daí, passei a me conhecer melhor e, e entender o que muitas pessoas procuram saber e nem mesmo eu sabia explicar.
Essa série de “talvez” que usamos pode ser reflexo do nosso eu inconstante, mutável, inconsistente e indeciso. Por sempre pensar muito, quase nunca temos a certeza absoluta assim, de primeira! Talvez a certeza surja daqui a alguns instantes, vocês aguardam? Se sim, obrigado, agradeço. Se não, estão certos... A vida também não espera. O emprego não espera eu pensar mais do que dez minutos para responder um e-mail. O chefe não espera mais de dez minutos até eu achar um arquivo, perdido nas milhões de pastas do disco rígido do computador... A vida não há de esperar muito tempo até que eu absorva tudo, produza uma informação e, sem “talvez”, ter certeza de algo.
Em contrapartida, não há peso tão grande em frear na hora de falar. Um “talvez” lhe exime da certeza infundada; faz-lhe menos firme, porém, menos errante; pode sugerir apenas uma tentativa de fazer, cavando um sorriso de aprovação; faz-se um elogio velado usando um “talvez”. É como se precisasse de uma carta de segurança, ou um ponto de restauração pra onde se pode voltar ao perceber o primeiro passa em falso. É como um andar para frente em fase de teste: o primeiro erro é gratuito! É como o ponto de saque, que só serve para definir o iniciador da partida. É como um jogo-treino, onde se pode errar.
É claro e consciente que não é digno usar desse subterfúgio a vida inteira, como quem se esconde atrás de um arbusto esperando alguém cair – ou não – para saber se é possível seguir! Se expor também faz parte do jogo. Colocar seu ponto de vista sob a ótica do momento vai ser necessário em alguns (e em vários) momentos da vida. Uso muito o talvez. De brincadeira, como quem sugere a dúvida, como quem deixa no ar o mistério, ironizando a verdade, impondo dois lados. Mas sei quando devo ter certezas. E talvez já seja esse o momento!
Nada me parece simples a primeira vista (nem mesmo esse texto cheio de idéias opostas), mas é só o medo de errar. Com a cabeça no lugar, idéias em ordem e foco, eu consigo abandonar meus queridos “talvezes” e ir em frente. Cambaleando ou não, a vida seguiu e eu não fiquei para trás. Disso eu tenho certeza! 


                                Leonardo Pierre
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Talvez eu mude...

Um comentário:

  1. Lembrei da vontade que manifestaste esses dias de talvez voltar no tempo e fazer diferente, mas talvez teria a missão falha, talvez acontecesse tudo idêntico e talvez possuiria essas mesma convicção ao "retornar" nos dias atuais depois da viagem ao pretérito.

    "...a vida seguiu e eu não fiquei para trás. Disso eu tenho certeza!"

    claro que segue...segue escrevendo de forma magistral e completa e talvez eu leia esse texto outras vezes ou talvez não.

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