quarta-feira, 11 de abril de 2018

Das incapacidades rotineiras









Eu até quero...
Mas quero tudo
Ao mesmo tempo
Muita coisa para dois braços tão miúdos
Nesse mundo tão grande, cheio de lugares virgens
- Para mim –

Desisto...
Desencanto
Destruo a ilha dos sonhos
Com coqueiros de côcos verdes
Eu mesmo corto a raíz
Eu mesmo inundo a ilha
Eu mesmo sou o culpado
Julgo-me, condeno-me
Suicídio diário.

Eu até queria...
Mas era tudo ao mesmo tempo
Que desencantei da vida
Meus braços eram pequenos
Que não consegui cuidar da ilha
 - Dirá do mundo tão grande –

Não consegui usufruir dos côcos
Não consegui instalar as redes
Não consegui nadar
Não consegui chegar
Não consegui sair
Não. Nada. Nunca.