sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O último trem

   

     Madrugada...  É aquele trem sem destino que vai largando suas cargas de porta em porta.

     Quando tudo e nada fazem sentido na mesma intensidade; Quando nascem os melhores textos e ao mesmo tempo aqueles escritos que se fossem no papel, teria o lixo como destino. Sem lógica. Ou tanta lógica que jogaria toda sua postura fora. Para melhorar, a pior música com as melhores melodias para rasgar-se todo de vez. Um amor que ri e chora, no silêncio que grita e molha a fronha e o lençol...
     Quando vem a vontade de pegar o telefone e ligar para 300 pessoas e vociferar todas as confusões que moram na sua mente. E ao mesmo tempo, sabe que ninguém entenderia a profundidade das suas reflexões, por mais que se esforçassem. E por ser tarde, não acordaria vocês, meus amigos... E por nem eu mesmo entender o que se passa aqui dentro, jamais cobraria esse entendimento de quem quer que seja.
     Vou aos poucos me convencendo de coisas absurdas. Todas as certezas do dia vêm num pacote e desembarcam na minha cama. Quando eu abro, são as besteiras que pensei ao meio dia e disse “agora não”. Pois bem, na madrugada elas vêm cobrar atenção. E eu dou a atenção que elas merecem. Tento zerar todas as dívidas para começar bem o dia. A essa altura, a cabeça já dói de tanto chorar, eu só penso em dormir porque preciso acordar cedo para trabalhar. Mas tem tanta dívida para pagar, que apagar, realmente, só às 3h...

     A madrugada vem trazendo as saudades que já estavam enterradas há tempos. Enterradas, não... Adormecidas, hibernando nas cavernas (da tentativa) do esquecimento. Tolo! Sou completamente virado do avesso e revirado inúmeras vezes até pousar do lado certo, enquanto as confusões repousam do meu lado. Sempre tem um travesseiro sobrando mesmo...

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