Madrugada... É aquele
trem sem destino que vai largando suas cargas de porta em porta.
Quando tudo e nada fazem sentido na mesma intensidade;
Quando nascem os melhores textos e ao mesmo tempo aqueles escritos que se
fossem no papel, teria o lixo como destino. Sem lógica. Ou tanta lógica que
jogaria toda sua postura fora. Para melhorar, a pior música com as melhores
melodias para rasgar-se todo de vez. Um amor que ri e chora, no silêncio que
grita e molha a fronha e o lençol...
Quando vem a vontade de pegar o telefone e ligar para 300
pessoas e vociferar todas as confusões que moram na sua mente. E ao mesmo
tempo, sabe que ninguém entenderia a profundidade das suas reflexões, por mais
que se esforçassem. E por ser tarde, não acordaria vocês, meus amigos... E por
nem eu mesmo entender o que se passa aqui dentro, jamais cobraria esse
entendimento de quem quer que seja.
Vou aos poucos me convencendo de coisas absurdas. Todas as
certezas do dia vêm num pacote e desembarcam na minha cama. Quando eu abro, são
as besteiras que pensei ao meio dia e disse “agora não”. Pois bem, na madrugada
elas vêm cobrar atenção. E eu dou a atenção que elas merecem. Tento zerar todas as
dívidas para começar bem o dia. A essa altura, a cabeça já dói de tanto chorar,
eu só penso em dormir porque preciso acordar cedo para trabalhar. Mas tem tanta
dívida para pagar, que apagar, realmente, só às 3h...
A madrugada vem trazendo as saudades que já estavam
enterradas há tempos. Enterradas, não... Adormecidas, hibernando nas cavernas (da
tentativa) do esquecimento. Tolo! Sou completamente virado do avesso e revirado
inúmeras vezes até pousar do lado certo, enquanto as confusões repousam do meu
lado. Sempre tem um travesseiro sobrando mesmo...
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