Na
verdade, é sempre, toda vez! Lá está o Sol, lindo que só. Despertando os pássaros,
reluzindo por entre as nuvens, iluminando o solo onde toca com seus raios.
É
amigo dos homens, do mar, da caminhada matinal, dos idosos que se exercitam
cedinho, dos atletas que se perdem e se acham pelas árvores da cidade. Para as
crianças, uma eterna criança... Sempre sorrindo nos desenhos infantis, com seus
raios gigantes. Para os estudiosos, uma enorme bola de fogo, por vezes explode!
Mas é o Sol. Sempre lá!
Às
vezes some, mas ainda assim brilha. Esconde-se nas nuvens escuras e pesadas,
confunde o tempo, engana o relógio e ilude o olhar. Da Lua, eterno enamorado, mas
poucas vezes se tocam, num amor quase impossível. A Lua beija o mar, segue os
jovens da balada, acompanha os casais à beira-mar, encanta os solitários apaixonados
pela vida e desperta o ciúme do Sol. Mas ele tem outras luas... A nossa Lua só
tem a nós, e de tão apaixonada pela Terra, as vezes invade nosso céu em plena
luz do dia, se fazendo perceber sutilmente... Não ofusca o Sol, pois sabe
discretamente seu lugar.
Ah,
o Sol! Dourador de corpos, aquecedor do tempo, vulcão em intensa e constante
erupção. Transmite energia, contagia. Há quem não goste e há quem não o queira
longe. Mas inegavelmente nos proporciona um dos mais lindos espetáculos do
mundo. Mais apaixonante que seu amor pela Lua, é o seu beijo nos morros
cariocas. Para Chico Buarque, “o poente na espinha das tuas montanhas quase
arromba a retina de quem vê”. Ele tem razão! O pôr do Sol é tão lindo que
merece aplausos. Reconhecimento e agradecimento pelo dia. Enquanto se despede
de nós para iluminar o outro lado do mundo, nos ensina a lição de que tudo
precisa chegar ao fim, por melhor que seja. É assim que o novo acontece belo e
revigorante... Como um novo dia. Nos mostra também a noção da generosidade ao
ceder o espaço do céu para a Lua.
As
estrelas na noite nos servem como anúncios... Ao vê-las, recebemos a mensagem
que o grande Sol surgirá. Fazemos planos e traçamos paralelos. Adoramos a
sombra fresca, mas devemos reconhecer o poder do Sol. Ele é mais que um emissor
de calor: é a magnífica simbologia do renascimento, da esperança, da vida...
Ah,
a vida...
Leonardo Pierre
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"Luz do sol... que a folha traga e traduz"
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