quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nuvens



Gosto de nuvens...
Das brancas às negras, pesadas;
Das que iludem as crianças na brincadeira de serem animais:
As ovelhas na primavera... E as que são porcos rosa, e mudam de cor no outono!
Das que trazem chuva e deixam o céu confuso
Das que são confusas e parecem fios.
Gosto até daquelas que não aparecem,
Como no princípio de verão, céu todo azul...
E as nuvens, lindas e respeitosas
Deixam o sol aparecer sozinho, sem ofuscá-lo!
No inverno elas estão de mau humor! São tímidas, fechadas
Caras amarradas, não são simpáticas...
Mas delas eu gosto também!
Sonho em deitar em uma delas, em várias delas, em todas elas!
Pular e trocar de uma para outra, como quem troca de vagão,
Ou como quem pula “amarelinha”,
Ou pula poças d’água, ou de galho em galho;
E brincar de algodão doce, esculpir um cavalo, galopar pelo céu;
...
E quando para o céu eu me mudar, minha casa será as nuvens
Minha cama também, e os cobertores, travesseiros...
Me enrolar nelas... Como quem quer se camuflar, se perder,
Se iludir e se confundir... Deixar de ser ou aprender a ficar
E se Deus permitir, quiçá, uma nuvem virar!



                                                     Leonardo Pierre

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Segue o sonho de morar no céu...


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

O Tempo, o Vento, a Saudade e Eu



O Tempo tem dessas cismas de estabelecer relações!
Perdoe-me, então, oh Tempo!
Por me achar o bastante, o suficiente,
O supremo do mundo que eu criei... Afinal, deveria ser meu!
Mas já consigo entender, agora, que faz parte.

Mesmo no meu próprio mundo, seleto, humilde, cômodo único
O Senhor está aqui, e traz contigo todas as nuvens
Com seus ventos que deformam, sem culpa, tão leves e aveludadas nuvens
E o Vento traz as novidades...
E Tempo leva a Saudades... Eles vão e vêm,
Diferentes...
Ora fortes, ora brandos

E a saudade que fica, aumenta a ansiedade
... Pelo fim, pelo reencontro, pelo recomeço!


                               Leonardo Pierre

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A gente aprende a esperar...