Acostumei-me com ela
Faz parte, posto que vivo
É Como o beijo da morte:
Não será facultativo
Acontecerá um dia
Mesmo que nós não queiramos
Destino, acaso, Divino
Coisa que não controlamos
Já que a felicidade
Nunca é questão de ser...
Já que há felicidade
Prefiro me pôr a colher
Pequenas poções de alegrias
Detalhes, momentos pequenos,
Costurando cada sorriso
Como colcha de remendos
A felicidade é o barco
A melancolia é o cais
Preso, aceito o fardo
Dou-me ao desfrute do caos
Cada choro, cada pranto
Cada introspeção
Olhar focado pra dentro
Auto aproximação
Como um contrato consigo
Enamorar a si mesmo
Sem os ruídos de fora
Tampouco perdido a esmo
Sua música, seu disco
O livro que nunca sai
Vinho ou droga que seja
Sua lágrima que cai
Melancolia é constante
Na maioria do tempo
Passa assim, feito um vulto
Que nem se nota o momento
Mas que ousa mergulhar
No mais profundo escuro
Submerge fruta verde
Ascende fruto maduro