segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fortaleza



E passa o tempo e a gente fica sem coragem
E perde tempo alimentando a apatia
E passo a passo tudo muda de contexto
E a gente vai se acostumando à covardia..
Mas gira o mundo, e a gente esquece dos perigos
E anda de noite nas calçadas tenebrosas
disfarça os medos, ignora os inimigos
Transforma a vida num eterno mar de rosas
E se escondendo na própria fraqueza
Enriquecendo-se de pedras de castelos
constrói-se as próprias fortalezas, e,
Camuflando-se de nobreza
Tranca o coração
Segue com firmeza, 
Amando a solidão!
Quando no fundo se quer estreitar o laços
Sem ter que perder os novos traços
E apertando o dorso do braço
sumula, em si, o próprio abraço.

                                         Leonardo Pierre

...............................................................................
E quem é forte, e quem é fraco?.. E quem se faz, ou finge bem?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Apologia ao Medo



Aprendemos desde crianças a ver o lado bom nos fatos ruins. Dos sentimentos ruins deveríamos, tirar os ensinamentos possíveis também. Geralmente associamos o medo à coragem, mas como sentimentos que andam na contramão. Porém, prefiro acreditar que o medo é um sinal de coragem. Vejamos: o medo de dizer SIM está diretamente ligado à coragem de dizer NÃO.
Tenho muitos medos, alguns absurdos, mas que são importantes para o amadurecimento das minhas idéias. Raras vezes fui intempestivo, e quando tive a coragem de ser, me arrependi. É o medo quem me faz frear diante de algumas situações. Julgo extremamente importante tê-lo, pois faz pensar. Mas pensar demais prejudica, sabemos...
Algumas pessoas preferem chamar seus medos de sinais, ou pressentimentos, ou “meu coração está pedindo pra eu não fazer”... bom, sim, aceito outras nomenclaturas... Mas é medo! Lá no fundo a voz que lhe impede de ir ou de agir, é o medo lhe fazendo pensar duas vezes. E ele é importante porque, na maioria das vezes, ele livra de complicadas situações.
Pode parecer que é covardia o fato de fazer apologia ao medo. Mas é apenas um jeito mais prático de saber agir tendo do lado algo que faça ter os pés no chão. É necessário manter o equilíbrio entre a intempestividade e a covardia. Pensamos demais ou não pensamos... Porque não achar o “meio-termo”? Ou se não for possível equilibrar, tentar não ser sempre da mesma forma para evitar que haja rótulos?
Essas observações eu sigo sem “bula”... Ao contrário de todos os meus outros conselhos. Covardia? Não... Segurança!

                                    Leonardo Pierre

.............................................................................

Reconhecer, primeiro passo!