terça-feira, 19 de novembro de 2013

Por um mundo com mais viagens





Quem me conhece sabe o quanto eu sou apaixonado pela minha cidade, por estar em casa cercado pelas minhas músicas antigas, ou folhas espalhadas sobre a cama escrevendo um conto qualquer. Mas teve um dia em que eu dormi, sonhei e acordei diferente.
Como é pequeno o nosso mundo e as vezes pensamos que esse é o único que existe! NÃO... O mundo é bem maior do que essa caixinha de fósforo que limitamos nossos passos. Sem medo, pessoal: ultrapassar fronteiras é tão natural quanto um pé a frente do outro... Vá!
Estou vivendo com vontades estranhas (para quem se acostumou com a calmaria das noites no sofá, ouvindo as extravagâncias de Elis e o malandreado de Chico Buarque). Pois vejam, que vontade estranha essa agora de viver, não é? Inspirando recentes conhecidos, espantando presentes conhecidos e alegrando aos antigos conhecidos. Que vivamos então as noites mágicas das sextas, os amores de sábado, o churrasco de domingo, as reclamações dos dias úteis... Vivamos também os palavrões de quarta a noite, as expectativas do fim da quinta... E façamos tudo diferente na semana seguinte, pois alguém já disse uma vez que não devemos voltar ao lugar onde já fomos felizes. Ora, então vamos a outros!
doCiente de que o mundo é mais que uma cidade, uma quadra, uma dor, uma decepção, um engano e desenganos, é bom tratarmos de vivê-lo. E experimentá-lo também! Bem além das fronteiras impostas pelos homens e propostas por nossos medos. Qualquer viagem é válida, e eu nem me refiro àquelas maravilhosas pelo mundo inteiro, caras, longe... Vá perto, bem perto: fora de você! Um péssimo conselho, eu sei... Mas saia  eixo. Só um pouco. Sei do que estou falando, passei um bom tempo recolhido olhando pra dentro de mim e, além de continuar não me entendendo, perdi momentos preciosos do mundo aqui fora. Foi bom - muito bom - me “zerei”, para começar de novo e agora estou aqui, fora de mim, falando esse monte de coisas.
Mas um salve à todas as músicas deprimentes que ouvi, aos vinhos baratos com danças estranhas na sala, aos porres que tomei sozinho, ao textos que escrevi e guardei na gaveta por falta de coragem de me mostrar tão transparente naqueles momentos... Hoje, todo o meu excesso de vontades tem a ver com esse período de reclusão – opcional – que me fizeram pronto para ver o mundo outra vez!
Então, vamos viver, beber, cair, chorar, se apaixonar, quebrar a cara, levantar, sorrir, comer muito e tudo, gastar, dever e se desesperar... e não ligar pra isso alguns instantes depois!
Um “Viva!” a cada viagem que nos permite viver fora do eixo. 

                                 Leonardo Pierre

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 Passos, fora dos eixos... rs
 

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Furtado

Tem cores que nao enxergo
Tem dores que nao curo
 Odores que desconheço
Tem amores que nao vivo...
Mas sinto, sinto e sinto!
As cores que nao vejo
As dores que nao curo
As flores que nao busco
E os amores que ofusco
Apesar de sentir eu nao posso medir...
Vivendo com cores que nao ouso transpor;
Dores que nao posso chorar,
Flores que nao posso colher;
Odores que nao posso cheirar...
Aos amores que me furtam o sentimento,
Nem ouso, então, entregar meu olhar
Nem letra, nem música
Não ousarei poetizar